O mercado siderúrgico e o avanço na pesquisa e desenvolvimento de novos aços.
O mercado siderúrgico hoje vem encontrando diversos desafios para atender às demandas que seus clientes - exigentes aos mínimos detalhes - cobram. Exigência tal qual vem crescendo exponencialmente para que se aplique especificamente à determinada necessidade e se obtenha o melhor desempenho possível, cobrando mais do setor para acompanhá-las no mesmo ritmo de crescimento imposto. Contudo, há de se notar que novas tecnologias têm sido estudadas e apresentadas sem ficar para trás nessa corrida.
O setor de P&D demonstra esse avanço na produção de novos aços, como mostram as apresentações do 48º Seminário de Aciaria, Fundição e Metalurgia de Não-Ferrosos sobre estudos prévios e o desenvolvimento de modelos preditivos que simulam a produção de aços com altíssimas exigências de propriedades mecânicas, segundo (ABM, 2018), que tiveram avanços significativos.
Marcelo Carboni, colaborador do Laboratório de Reciclagem Tratamento de Resíduos e Metalurgia Extrativa da Poli – USP fala que “coisas que há cerca de 10 anos eram desenvolvidas por tentativa e erro hoje passam por processos de simulação matemática, análises multidisciplinares e simulações em laboratório antes de irem para um teste industrial. Esta nova abordagem traz múltiplas vantagens: é mais rápida e eficiente, avalia uma gama de possibilidades e tem custo menor”.
Os Aços Avançados de Alta Resistência (AHSS) têm um grande destaque, pois são os que, hoje, atendem à essas demandas de indústrias de óleo e gás ou automobilística para implicar em aumento de produtividade e melhorar a qualidade e a eficiência dos processos em questão, sem deixar de atender a realidade industrial atual, a da indústria 4.0.
Dentro desse grupo se destacam os chamados aços TRIP, que são aqueles que possuem plasticidade induzida por transformação de fases quando, geralmente, tem-se uma tensão aplicada ao material (a plasticidade induzida por transformação de fases presente nestes aços é consequência da transformação de austenita retida em martensita, que é proporcional à deformação plástica sofrida pelo material.
Isso confere uma alta resistência mecânica enquanto mantém a conformabilidade do aço. São características necessárias à indústria automobilística com a finalidade de reduzir o peso dos veículos e permitir a produção dos componentes estruturais.
Para criar um aço que confere essas características únicas, faz-se necessário submetê-lo a um tratamento térmico em duas etapas com um cozimento intercrítico (para obtenção da microestrutura austenítica), seguido de um resfriamento para formar a austenita retida (metaestável e se transformará em martensita com a deformação).
Existem também outras propriedades mecânicas dos aços TRIP que são garantidas através de outras formas de tratamento do material como refino de grão ou endurecimento por solução sólida utilizando elementos de liga (Nb, Si e Cu, por exemplo).
Estas propriedades que caracterizam aço entre aços podem ser identificadas através de uma Caracterização Estrutural (análises macrográficas e de microestrutura) e, assim, prever como o material foi processado, qual o seu comportamento mecânico, identificar ligas, além de determinar os seus microconstituintes. Se houver interesse em saber mais sobre os Aços Avançados de Alta Resistência ou precisar de uma Caracterização Estrutural, contate a Metal Jr., que estaremos prontos a lhe ser útil.
Referências bibliográficas: ABM. Inovações impulsionam Cadeia Siderúrgica. (2018). Revista ABM, 40-44.
NIGRI, E. Estudo Exploratório da Soldagem por Fricção e Mistura Mecânica de um Aço TRIP 800. 2008. 130 f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Metalúrgica) – PPG em Engenharia Metalúrgica, Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.